No mês da Consciência Negra, levantamos debates que muitas vezes deixamos de lado no dia a dia. Problemas de racismo e a identidade étnica racial são questões históricas e estruturais da sociedade, presentes em todos os aspectos de nossas vidas. A discriminação e a desigualdade racial são assuntos urgentes e não podem ser pautados só nessa data.
Na educação, não é diferente. A escola tem papel fundamental e transformador na luta antirracista. A infância é o momento em que as crianças começam a se perceber no mundo e a perceber o outro. Elas estão com o radar sempre ligado, observando o que acontece ao redor delas, e por isso, é nessa fase que as perguntas começam a surgir sobre o diferente e o mundo ao redor.
A inserção de temas étnicos-raciais na educação infantil é uma forma de garantir uma educação que supere o racismo e as desigualdades geradas por ele e de promover a intensificação da construção da identidade dessas crianças. Na escola, através da literatura, metodologias e práticas, ensinamos modos diferentes de sentir e de olhar para o mundo e para o outro. A educação tem o poder de entrelaçar o conhecimento com a existência e fazer com cada aluno enxergue sua potencialidade.
Trabalhando a discriminação na escola
É evidente que crianças não nascem racistas, crianças reproduzem comportamentos, e as vezes, incorporam atitudes preconceituosas observando falas e atitudes do meio em que convivem. A educação também é uma engrenagem essencial na transformação dessas atitudes inconscientes. A escola é responsável pela formação dos princípios morais e éticos e possibilita diálogos esclarecedores que promovem respeito, reconhecimento e entendimento das diferenças presentes no mundo.
Por isso, é extremamente importante uma escuta atenta para situações de discriminação que aconteçam de forma consciente, e inconsciente também, dentro do ambiente escolar. Não se pode validar situações de preconceito, por isso, toda vez que percebermos uma fala ou comportamento racista, é preciso nomear, entender a razão e conversar com essa criança. Assim, no momento certo, cada aluno criará novas formas de se relacionar e enxergar o diferente.
No Cermac, entendemos a importância de uma educação inclusiva e acreditamos no poder transformador da educação na sociedade. Lutamos para criar alunos conscientes, amorosos, acolhedores e respeitosos. Alunos que lutem pelos seus direitos e que saibam a importância de lutar pelo direito do outro também, de entender as dores do amigo, de respeitar as individualidades e de abraçar todas histórias e realidades.
“Ninguém nasce odiando outra pessoa pela cor de sua pele, por sua origem ou ainda por sua religião. Para odiar, as pessoas precisam aprender, e se podem aprender a odiar, elas podem ser ensinadas a amar.”
Nelson Mandela