A tradicional Manhã Literária do Cermac aconteceu no dia 9 de abril e teve participação de alunos e famílias do Berçário ao Ensino Médio. Este ano, dentre outras coisas, o evento abordou os 40 anos do Cermac. Com base nestas 4 décadas de histórias, os alunos pesquisaram e aprenderam.
Baby
O livro de tecido que os alunos ganharam no dia 4 de março entrou em cena novamente agora. O livro é interativo e cada página representa uma unidade do Cermac, além da Abelhinha e da jabuticabeira – árvore símbolo da escola.
As professoras construíram uma jabuticabeira com dobraduras. Para os galhos, cada família recebeu uma folha com a foto da criança e se encarregou de contar um pouco do que é fazer parte da história do Cermac. A jabuticabeira serviu de abrigo aos pais e alunos, que sentaram ali para ler os livros e comer jabuticaba – exatamente como acontecia na Abelhinha, onde a Prô Rosa sentava embaixo da jabuticabeira para ler histórias aos alunos e comer os frutos daquela árvore.
A unidade Baby tinha ainda uma mesa de aniversário de 40 anos do Cermac, elaborada pelos alunos do Período Integral, e um móbile com fotos de pessoas que estudaram e trabalharam no Cermac ao longo dessas quatro décadas. O móbile, na verdade, não foi planejado, mas a Coordenação do Cermac recebeu tantas fotos de ex-alunos e funcionários que resolveu homenageá-los expondo essas lembranças.
Cermac Junior
Os alunos do Cermac Junior estudaram as influências que a escola recebeu nestes 40 anos. Todas as turmas visitaram as quatro décadas, mas, na Manhã Literária, cada uma ficou responsável por um período.
O 1º ano representou a década de 1970. Na moda, as famílias receberam uma pesquisa para dizerem, através de imagens, como era a vestimenta da década. Na literatura, trabalharam com Monteiro Lobato e a obra “Viagem ao Céu” e fizeram um foguete de sucata. Na música, o escolhido foi Raul Seixas, com “O Carimbador Maluco”. Na parte de desenhos e séries, os alunos cantaram “We Are Family”, de Vila Sésamo, e confeccionaram folders de Os Muppets, Capitão Caverna e outros desenhos da época. Para marcar o ano de 1976, quando o Cermac foi criado – ainda como Abelhinha –, os alunos do 1º ano fizeram uma jabuticabeira e recriaram a primeira logomarca da Abelhinha.
O Infantil II representou a década de 1980. Eles trouxeram brinquedos da época, trabalharam a história de “O Menino Maluquinho” e utilizaram sucata para refazer o brinquedo do Maluquinho. Além disso passaram pelos desenhos da época, como A Pantera Cor de Rosa, Scooby Doo, entre outros. Na parte da moda, as crianças foram caracterizadas com acessórios da época.
Também caracterizada, a turma do Infantil I representou 1990. A obra foi “Tudo bem ser Diferente”, do Todd Parr. Na música, a letra de “Lavar as Mãos”, de Arnaldo Antunes, foi enviada para casa, os pequenos ouviram com a família e depois confeccionaram um par de mãozinhas de tecido. Eles fizeram ainda brinquedos característicos da década: vai e vem, bichinho virtual, cai cai. E o desenho trabalhado foi O Fantástico Mundo de Bob.
Para a representação dos anos 2000, a referência foi o livro “Cultura”, de Arnaldo Antunes. Juntos, todos os alunos do Cermac Junior elaboraram um texto sobre a cultura da escola, que resultou num banner exposto na Manhã Literária.
Ensino Fundamental I
O tema do 2º ano foi o naturalismo. Para aprofundar-se, os alunos leram o livro “A incrível história do Dr. Augusto Ruschi”, de Palavra Cantada. Com base no livro, eles fizeram postes com palavras que, ao girar, formavam frases e poesias. Além disso, eles escreveram o livro da vida – que relaciona a história de vida deles com a história do Brasil – e autografaram no dia da Manhã Literária.
O livro do 3º ano foi “Isto ou Aquilo”, de Cecília Meireles. Para ilustrar a poesia “Bolhas”, os alunos utilizaram bexigas onde escreveram as poesias. Fizeram ainda uma bailarina de guarda-chuva, na qual o visitante entrava embaixo e podia manipular o poema.
A turma do 4º ano leu o livro “Poesia é fruta doce e gostosa”, de Elias José. Eles montaram uma árvore com poemas do livro nas folhas. O visitante puxava as folhas e podia ler a poesia. Escreveram também um acróstico baseado nas frutas e nutrientes e fizeram, junto com as famílias, esculturas de frutas que foram expostas na Manhã Literária.
O 5º ano fez um painel falando sobre a época da Tropicália, dialogando com o mapa do Brasil, escreveram poemas em espirais e construíram uma caixa para provocar a reflexão nos visitantes. Na caixa estava escrito “onde está seu sonho?” e, ao manipular a caixa, o visitante via as palavras longe e perto. O objetivo era mostrar que os sonhos ficam longe e perto na medida em que atuamos para que eles se concretizem.
Ensino Fundamental II
A turma do 6º ano pintou tecidos com imagens que remetem à Anita Garibaldi e, vestidos com esses tecidos, recitaram o poema “Os Sapos”, de Manuel Bandeira.
O personagem do 7º ano foi Di Cavalcanti. Os alunos fizeram um quadro vivo. Com um painel de cenário, os jovens, caracterizados, compuseram a arte e falaram sobre ela ao público. Além disso, eles receberam o autor de “São Paulo: de Colina a Cidade”, Amir Piedade, para uma palestra e manhã de autógrafos. O livro foi trabalhado com o 7º ano ao longo do primeiro trimestre.
O 8º ano fez um grande cenário do Theatro Municipal de São Paulo. Os alunos fizeram seminários e falaram sobre Villa Lobos e sua música na Semana de Arte Moderna.
Ao 9º ano coube a análise do livro “Brás, Bexiga e Barra Funda”, de Antônio de Alcântara Machado. Com base na leitura, os alunos montaram um livro composto de imagens do bairro antigo, da época de 1920, relacionando a poesia concreta, o modernismo e o resgate da memória histórica de geográfica da cidade.
Ensino Médio
Os alunos do 1º ano do Ensino Médio tiveram uma experiência diferente nesta Manhã Literária. Em um primeiro momento, desenvolveram pesquisas em grupo a respeito da Semana de Arte Moderna, realizada nas noites de 13, 15 e 17 de fevereiro de 1922 no Theatro Municipal de São Paulo. A partir das pesquisas, eles apresentaram, durante a Manhã Literária, pequenos esquetes teatrais em formato de flashmob, isto é, sem prévio aviso ao público.
Propositalmente executadas sem recursos técnicos, as apresentações serviram a dois objetivos: por um lado, proporcionar ao público alguma dose da sensação de estranhamento e, por vezes, indiferença, que os espectadores de 1922 sentiram em relação às manifestações artísticas da Semana. Por outro, fazer os alunos sentirem na pele, por meio de vaias e bolinhas de papel arremessadas na direção deles, o quanto escritores atualmente reverenciados, como Mário e Oswald de Andrade, foram repudiados por público e crítica naquela ocasião, aos berros de “isso não é arte” e “fora, futuristas” (como os modernistas eram chamados na época).
Inglês
As turmas da Educação Infantil ao Fundamental I aproveitaram a Manhã Literária para mostrar às famílias seu desenvolvimento na língua inglesa. Da Educação Infantil ao 3º ano do Fundamental I, eles cantaram e encantaram os presentes. Já o 4º e 5º ano, presentearam as famílias com poesias declamadas em inglês durante a Manhã. Um orgulho só!
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