Roberta Mardegam, diretora pedagógica, e a Prô Rosa, fundadora do Cermac, foram a Portugal e Holanda com um grupo de escolas brasileiras associadas à Unesco para conhecer novos projetos e novas experiências educacionais. “Foi uma excelente oportunidade para abrir novas possibilidades, pensar em novos projetos”, conta Roberta.
Em Portugal, duas escolas chamaram a atenção. A primeira é uma escola que corresponde ao nosso Ensino Médio que, além da grade regular, é muito voltada para a arte. Esta fase de estudos na Europa é de cinco anos. Nesta escola, os alunos têm aulas em período integral e, durante três anos, aprendem todo tipo de arte – pintura, escultura, cenografia, costura, marcenaria, carpintaria, confecção de tintas, ourives etc. “Eles passam por tudo que se pode imaginar ligado à arte”, lembra Roberta. Nos últimos dois anos, cada aluno escolhe a área que mais gostou e terá aulas específicas apenas daquilo que escolheu. “Eles saem do Ensino Médio já com uma profissão”, ressalta a diretora.
Ainda em Portugal, Roberta e Prô Rosa visitaram um conservatório associado à Unesco. “Ali o interessante é ver como eles integram os projetos da Unesco, as disciplinas e a música”, afirma Roberta Mardegam.
Na Holanda foram visitadas duas escolas, ambas com alunos de 11 a 18 anos, correspondendo ao nosso Fundamental II e Médio. O objetivo ali foi conhecer as propostas e como eles trabalham aspectos como a tecnologia e as línguas.
Com aulas em período integral, os alunos holandeses aprendem inglês desde muito cedo. Ao chegar no Ensino Médio, eles já têm o domínio do idioma. “E as aulas são ministradas nas duas línguas”, destaca Roberta. “Vimos um professor com um texto em inglês na lousa, falando em holandês. É algo que se torna rotineiro para eles”.
O aprendizado
“O que me chamou muito a atenção desde as visitas que fizemos no ano passado, na Espanha, é a autonomia que as escolas europeias dão aos seus alunos – autonomia do ser humano, do cidadão”, conta a diretora do Cermac.
Desde a infância, a autonomia está presente, seja na hora de comer ou de brincar. Quando chega a adolescência, a autonomia continua, desta vez com pesquisas e trabalhos. “O professor dá as regras, um objetivo e um prazo. O aluno tem de se virar para cumprir. E eles cumprem porque foram, desde pequenos, ensinados a ter autonomia para o trabalho, para a produção”, ressalta Roberta. “É algo que buscamos e que ainda não conseguimos trabalhar bem no Brasil”.
“É muito bacana ver, nessas escolas, que aquilo que temos em mente realmente pode funcionar, que eles colocam em prática e que dá certo”, vibra a diretora. “Essas visitas nos enriquecem muito, nos fazem acreditar e voltar para o Brasil cheias de planos para o Cermac”.